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Momentos que tocam corações!


No dia 29 de junho, o palco do Teatro Bom Jesus foi cenário de um espetáculo inesquecível: 'Ser Todo'. Entre luzes deslumbrantes e coreografias emocionantes, algo além da dança tocou profundamente a todos. Após o espetáculo, recebemos muitos depoimentos de familiares, amigos e alunas, mas "duas cartas", em especial, se destacaram por sua profunda sensibilidade e emoção.


E é por isso que queremos compartilhar com você também, para que se sinta envolvido em tudo o que sentimos.

Foto do Momento de Concentração do Elenco 'SerTodo'
Momento de Concentração | Elenco 'SerTodo'

carta n.º 1:

que a vida nos proporcione encontros nas coxias, nas plateias e...nos bailes da vida.


Carta escrita por Emilio Paiva para a amiga e bailarina Thays Beleze para que ela também compartilhasse com todas as demais bailarinas que se apresentaram em 'SerTodo'.


"Boa tarde Thays. Então (e você gosta tanto desta interjeição....) eu te disse que ia escrever e, por isso estou aqui. No sábado eu estava ali me deleitando com a energia emanada pela companhia. Sim, preciso dizer que o espetáculo foi  lindamente concebido e sim foi lindamente executado. Referi-me à energia pois é o que eu busquei ali: energia de gente que estava em busca de estar em paz consigo, fazendo o que lhe dá prazer, tendo a coragem de reservar um tempo para cuidar de si e me refiro não e nem principalmente ao corpo físico, mas entendo que dança é, para muitas ali, cuidar da saúde mental, da usa inteireza...Pois bem, isto posto disse que fiquei mexido em dois INSTANTES específicos. Vamos a eles: Ver a sua colega dançando grávida mexeu comigo. Quando estivemos grávidos fomos a muitas festas e Isa dançou muito e João dançou muito... Acho que dali sai um ser dançante... Devo dizer que aquilo também mostrou a força da mulher. E sim estou propositalmente sendo genérico e específico. Genérico pois a gravidez é talvez a maior manifestação de um NOVO SER. Na verdade são pelo menos dois novos seres: o que nasce e o que gera pois essa geração transforma aquela mulher que carrega em seu ventre o novo ser. E isso não é doença.. Isso deve ser mostrado, vivido, com orgulho, com alegria, com esperança e isso se mostrou para mim ao ver sua companheira dançar. Aqui quero referir-me ao específico). Transmita a ela meus parabéns por tudo: pela dança, pela maternidade, pela vida dela. O segundo momento parece ser óbvio: o momento da falha. Fiquei a imaginar uma pessoa tão competente (competência demonstrada ao cantar dezenas de canções diferentes com letras e ritmos diferentes) e esquecer o verso naquela hora.. Bem, foi um momento de frustração para ela, eu imagino. Mas ali, para mim, foi o ápice da apresentação. Explico: Para alguém ali foi o momento de escuridão. Para mim foi o momento onde a luz brilhou mais forte. Assim que vi sua outra colega “assumir e acolher e abraçar.... PUT@ QuE O P@rIU! Que lindoooooo! São tantas e tantas vezes ao longo da vida que a gente falhou, que a gente errou, que a gente se sentiu frustrado.. E que bom quando nessas horas a gente tem alguém para nos abraçar, para nos acolher com as nossas imperfeições, alguém que sabe e reconhece que aquele instante não reflete a jornada. Fiquei pensando naquele momento e nos meus momentos de fracasso e na falta que algumas vezes senti de um abraço, de uma acolhida.. Enfim, entendo que é importante a gente saber que somos falíveis e que a gente pode se fortalecer após esses eventos, mas precisamos contar com.... alguém: um mentor, um amigo, um ombro, um braço que abrace, uma mão que acaricie.. Pronto falei! E tudo isso para dizer que quando a gente está se expressando através de uma arte a gente não faz ideia em absoluto do quê o público está vendo, sentindo, lendo... Então, se alguém ali achou que o público estava vendo um fracasso, compartilhe que parte do público (que a gente que se apresenta não sabe quem é, não conhece, nuca viu e talvez nunca vá cruzar) no mesmo momento, viu o INSTANTE que se tivesse sido único, teria feito valer a pena todos os esforços de todas as pessoas envolvidas para que o espetáculo acontecesse. Sim, SER TODO também quer dizer que a gente não vê tudo.... Um beijo para você e para todas suas partners. E que a vida nos proporcione encontros nas coxias, nas plateias e ..nos bailes da vida."

Por: Emilio Paiva


 

carta/conto n.º 2:

O que vi e o que senti.


Conto escrito por Fefo Milléo para a sua esposa e bailarina Patricia L. Milléo referente ao que sentiu no espetáculo e ela quis compartilhar com todas as bailarinas.


"Eu vi o prédio onde funcionam o colégio Bom Jesus e a FAE – centro universitário. Eu senti um agregado de reverência e alegria. Reverência por que foi exatamente ali, que há 15 anos, a coragem em mudar os contornos de uma vida profissional inteira ganhou seus novos traços e formas. A cada dia desde então, me torno um pouco mais psicólogo. Senti a alegria em mostrar para as minhas filhas o lugar que me tornou o homem e pai que hoje eu sou. Quando iniciei o curso, elas ainda não haviam nascido e quando o terminei já era pai dessas duas preciosidades. Eu vi o hall de entrada do teatro com mulheres vestidas em verde e preto, flores e um pequeno quiosque de alimentação. Eu senti que estávamos sendo cuidados por alguém misterioso, que antes mesmo de saber que estaríamos presentes já mostrava preocupação com o nosso bem estar. Eu vi câmeras estrategicamente espalhadas pelo teatro. Eu senti que algo de extraordinário estava prestes a acontecer e merecia ficar registrado para o todo sempre. Eu vi as minhas filhas argumentando comigo dos porquês eu não as deixeis filmar o espetáculo (isso mereceu uma crônica especial). Eu senti que o papel de pai, que tem a dura tarefa de impor limites, é compensado pelo brilho dos olhares que não piscam por um segundo sequer, sempre buscando pela mãe em cada centímetro do palco. Eu vi o público formado de pessoas em todas as idades, ocupando seus lugares. Eu senti a satisfação de que só as mães, pais, maridos, esposas, irmãos, irmãs, amigos, amigas, cunhadas, cunhados, primos, primas, avós, tios e tias podem sentir por estarem fazendo parte de um momento tão significativo para aqueles que tanto amam. Eu vi a cortina se abrir. Eu senti o meu coração bater mais forte como que em uníssono com o coração daquelas formas e cores, que aguçavam a minha curiosidade, tentando desvendar qual o tipo de surpresa estava prestes a nos encantar. Eu vi mulheres dançando - extraordinariamente bem! Eu senti que cada uma exalava o doce sabor do merecimento em se sentir toda. Ser bailarina, para além do ser toda mãe, toda esposa, toda filha e toda profissional é também conquistar a plenitude de um permitir-se. Eu vi a Silmarinha correndo pelo corredor no momento do intervalo. Eu senti que o comprometimento de quem ama e se preocupa com o que faz não tem tempo pra intervalo. Eu senti que a Silmarinha, que conheci há mais de 20 anos, que era assim chamada por que havia também uma Silmarona, é muito mais do que uma inha. É uma Silmara com S maiúsculo de Ser Todo. Ela é todas, a Silmarinha, a Silmara e a Silmarona em uma só, essa é a única explicação para que apenas uma cabeça tenha desenhado toda aquela mágica realidade. Eu vi uma cantora de voz belíssima ser traída pela memória ao declamar um poema. Eu senti toda a energia de que, só quem se permite errar é capaz de produzir os mais belos exemplos de superação. Eu vi duas crianças dançarem ainda dentro das barrigas de suas mães. Eu senti que deveria apenas chorar. Eu vi as bailarinas deixarem o palco e ganharem abraços, beijos, flores e presentes dos seus. Eu senti que a satisfação em se fazerem presentes e as admirações mútuas era o que nos tornava a todos um único ser naquela noite. Todos fomos durante aquela diminuta fração de tempo. E eu finalmente vi o teatro vazio. Eu senti que os momentos mais importantes de uma vida são eternos apenas enquanto tiverem espaços cativos em nossas memórias. Os do último sábado, pelo seu valor e significado, conquistaram esse espaço! Só me resta então agradecer a vocês meninas por tudo o que vi, pelo que senti e pelas memórias que ficarão. Muitíssimo honrado pela presença."

Por: Fefo Milléo


 

Conexão e expressão de amor


Esses depoimentos emocionantes nos lembram do impacto profundo que a arte pode ter em nossas vidas. As palavras de carinho e admiração, expressas nessas cartas, são um testemunho do poder transformador da dança e da conexão humana que ela proporciona.


"São mais do que simples palavras, são um testemunho do amor, apoio e dedicação que nos cercam."

Esperamos que essas histórias toquem o seu coração, assim como tocaram o nosso.


Compartilhe também seus sentimentos e suas próprias experiências sobre o espetáculo. Cada relato contribui para as memórias que continuamos a construir juntos.

Vamos celebrar a magia da dança e as histórias que nos unem.

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© 2024 por Karine Pereira Assal | SoulEmFoco.Brands

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